O terapeuta que não sou...

Não sou aquele terapeuta que pergunta sobre sua infância, explora seus medos e fica interpretando tudo o que você diz. Me disponho ao que você comentar e expressar durante o atendimento, deixando que suas questões apareçam em seu tempo, considerando seu ritmo e seu modo de expressar.

Não sou um terapeuta que se coloca como superior ou detentor do saber sobre a pessoa em atendimento. Mas me disponho a auxiliar a pessoa atendida a se perceber, sem me colocar hierarquicamente acima, mas procurando me aproximar dela em sua posição.

Não dou respostas prontas, não ofereço receitas sobre como lidar com as dificuldades e resolver seus problemas. Entendo cada pessoa como única, e cada dificuldade como resultante da existência, que necessita ser compreendida em suas particularidades. Cada dificuldade terá uma maneira específica para lidar, que será encontrada ou criada durante (ou após) o encontro terapêutico.

Não me coloco como "médico" ou me intitulo por "doutor", pois não atuo para curar uma "doença" e não me relaciono com as pessoas que atendo como pacientes, mas como indivíduos. A pessoa não é um ser que espera minhas recomendações para ficar bem, mas um existente que experimenta a vida, atravessa dificuldades e busca terapia para lidar com suas angústias e se desenvolver.

Não me interessa "tapar o sal com a peneira", usar soluções temporárias e rápidas para forjar uma sensação de bem-estar. Acredito que a melhor terapia é aquela que possibilita na pessoa atendida o conhecimento sobre si mesma e estimula seu desenvolvimento de meios para lidar de maneira autônoma com suas dificuldades, indo em busca do que faz sentido para si.

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