Terapia para a liberdade de ser

Liberdade de Ser

A psicologia é um campo de estudo muito amplo, estudada de diversas maneiras, por distintos olhares. Alguns compreendem a psicologia como a ciência do comportamento e focam seu estudo no comportamento humano, outros já observam a psicologia como o estudo do desenvolvimento humano sobre como se dá cada momento e estágio, outros compreendem como estudo dos sentimentos e do sofrimento emocional.

Há os que acreditam que nossos comportamentos e sentimentos são regidos por algo obscuro e de difícil acesso, nosso inconsciente, então buscam compreender o inconsciente para entender as pessoas, outros observam a psicologia como estudo da influência do fisiológico sobre o comportamento e sentimento, enfim, existem diversos campos de estudo e não há uma unidade definida para descrever a psicologia.

Deste modo há muitas teorias sobre diversas áreas de estudo do ser humano, seja sobre seu comportamento, sentimento, consciente, inconsciente, neurológico, etc., e nenhum deles dá conta de todo ser humano, pois ser humano é muito mais complexo do que isso, ainda estamos engatinhando em compreendê-lo.

Além disso, torna-se difícil compreender o humano como objeto de estudo pois o pesquisador é também um humano, então o objeto de estudo confunde-se com o que o estuda, o que pode interferir ou influenciar no resultado e intuito do estudo.

O existencialismo é uma linha de estudo filosófico sobre a existência humana e tudo que permeia ela, suas angústias, suas expectativas, seus prazeres, suas dores, suas relações, sua história, seus sentimentos, a solidão, a morte, enfim, busca compreender as questões existenciais. Na psicologia, ela busca compreender como a pessoa se relaciona consigo mesma, com os objetos e com as outras pessoas, como se sente sendo quem é e como segue em busca do que deseja ser.

Como suporte teórico, o existencialismo conta com o embasamento filosófico de diversos autores, como Soren Kierkegaard, Arthur Schopenhauer, Friedrich Nietzsche, Martin Heidegger, Jean-Paul Sartre, entre outros. De um modo geral compreende o ser humano não como um ser isolado a ser estudado sua fisiologia e comportamentos, mas um ser que vive num mundo, convive com outros seres, que possui uma história, que desenvolve gostos e aversões, enfim, que possui diversos conteúdos que compõem sua existência.

Existir é estar e se colocar no mundo, ser afetado e afetar outras pessoas, conviver, estar em relação, agir, fazer, construir, criar, se mostrar. O fato de estar no mundo nos gera contradições, expectativas, dores e desejos. Conviver com outras pessoas é conflitivo, pois as pessoas são diferentes e lidam com as situações de maneiras diferentes, as diferenças com o tempo geram atritos e se chocam.

Na terapia existencial, a busca não é diagnosticar e classificar a pessoa atendida visando sua adaptação à um modelo de “normalidade”, mas valorizar a pessoa em sua singularidade e em sua liberdade de ser, potencializando sua existência, desenvolvendo uma autonomia suficiente para escolher sua própria vida e ser o autor de sua história.

Não é o terapeuta que direciona a pessoa atendida para um caminho específico, mas a própria pessoa, em sua liberdade e para expressar como é e como quer ser, que vai encontrando seu caminho. É a pessoa que percebe, durante o atendimento, o que é importante para si mesma, o que faz bem e o que não faz, e escolhe seu caminho de maneira autônoma.

Somos livres para ser como quiser, não há um modelo correto de vida a ser seguido, mas inúmeras possibilidades de ser para serem criadas.

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