Todo relacionamento que estabelecemos seja com amigos, colegas ou parceiros afetivos, acontece na proximidade e tensão entre duas individualidades, a nossa e a da pessoa com quem nos relacionamos.
Cada pessoa tem um modo de ser, agir e sentir, uma história de vida, concepções e valores do que é certo e do que é errado, enfim, não somos iguais. Deste modo, cada um observa o mundo de sua maneira, e diferentes pessoas possuem valores e expectativas diferentes.
Quando nos relacionamos com outra pessoa, há uma série de convenções sobre os modos de ser que aprendemos e desenvolvemos em nossa história, que nos gera expectativas com relação ao modo de ser da pessoa. Se a pessoa não corresponde com esses modos, podemos nos sentir perdidos e até decepcionados.
É justamente pelo fato de cada pessoa ter uma história de vida diferente que ocorrem as divergências de opiniões e desejos, podendo gerar discussões e conflitos. Nem sempre compreendemos o outro, e nem sempre a outra pessoa nos compreende.
Conforme evitamos o conflito, as contradições e os paradoxos da relação, menos nos sentimos dispostos para lidar com estas situações, abafamos nossos sentimentos e nos fechamos para a possibilidade de desenvolver relações mais saudáveis com base no diálogo.
O relacionamento acontece entre pessoas com diferentes concepções sobre a vida, e para que seja saudável é necessário que haja diálogo e abertura para escutar e compreender o outro. Escutar não somente suas opiniões, mas sobre como se sente em relação a algo.
Quando nos abrimos ao diálogo numa situação de conflito, nos permitimos a tentativa de entender o outro e de fazer com que ele nos entenda. Compreendemos que somos diferentes e que podemos conviver com nossas diferenças na relação.
Um relacionamento sem abertura ao diálogo acaba se tornando uma imposição e aprisionamento. Portanto precisamos nos colocar, deixar claro para o outro o que valorizamos e o que sentimos na relação, o que gostamos e o que não gostamos, o que queremos e o que não queremos. E isso não significa impor o que desejamos, mas nos apresentar como somos ao invés de fingir ser o que não somos.
Para que o relacionamento seja saudável, é necessário que haja diálogo aberto. Não para fazer com que o outro concorde ou aceite tudo o que fazemos ou pensamos, mas para compreender a outra pessoa e para que nos compreenda. Nem sempre vamos concordar, e nem sempre os outros vão concordar conosco, mas podemos nos entender melhor se exercitarmos a fala e a escuta!
Como dizia o célebre Chacrinha, "quem não comunica, se trumbica".