Vez ou outra escutamos expressões como "esse é um bom rapaz", "ela é uma boa companhia", "ele é um bom trabalhador", "seja um bom filho", "ela arrumou um bom marido", "ele tem bons amigos", etc. Em todas essas frases, o "bom" se refere geralmente a uma pessoa que cumpre seu papel esperado por outras pessoas, que os outros julgam serem bons.
Se buscamos no dicionário o significado da palavra "bom", encontramos descrições como "expressão designativa de admiração, aprovação, favorável, que é como deve ser, normal, cumpridor de seus deveres, adequado". Em todas essas descrições, o adjetivo "bom" corresponde a um modo de ser esperado e favorável para outras pessoas. Neste sentido, a expressão "bom aluno", por exemplo, está relacionada a um indivíduo que, em seu papel de aluno, faz o que lhe é esperado aos valores de seus professores, colegas, pais ou escola.
Um “bom aluno”, segundo a maioria dos pais e professores, é aquele que fica em silêncio durante a aula, que faz todas as tarefas e que se dedica muito ao estudo. Porém, se pensarmos a partir da perspectiva do aluno, esses modos de ser não o tornam uma pessoa boa para si, mas fazem com que ele corresponda ao que é esperado por seus pais ou professores, ao que os outros entendem que é bom para eles.
Enfim, esses comportamentos não garantem que ele vá aprender mais ou se desenvolver melhor, muito menos ser feliz. Inclusive alguns estudantes desenvolvem maior facilidade em aprender se comunicando, se movimentando, desenhando, experimentando, e não em silêncio; outros nem sempre fazem toda a tarefa, mas se empenham em compreender e se aprofundar no sentido das poucas que fazem.
Portanto, a concepção do que é "bom" varia de pessoa para pessoa. E, inclusive, nem sempre é bom ser "bom" para satisfazer as expectativas dos outros, pois assim podemos acabar deixando de satisfazer as nossas próprias. De modo geral, ser bom depende do que cada pessoa acredita que é bom para si.